[ Jornal + | 16/08/2012 ] À descoberta da História romana
Hoje escrevo-vos de um quarto quente, numa pensão em Roma, onde nem a pobre ventoinha no tecto consegue vencer o calor. As temperaturas que se fazem sentir lá para cima, na terra dos vikings, já transformaram o meu corpo que agora tolera muito mais dificilmente este calor insuportável que nos faz suar litros de água.
Tive desde adolescente o desejo de viajar até Itália, mas até emigrar para a Dinamarca, viajar era um luxo a que só tive acesso uma vez numa viagem de estudo a Londres. Hoje, aqui estou, pela segunda vez neste país, primeira na "bota". Alguns poderão dizer que esta não é a melhor altura do ano para vir a Roma, os mesmos que agora muito provavelmente estão numa zona costeira a apanhar banhos de sol, e andar por uma cidade tão rica e repleta de tesouros históricos e arquitectónicos debaixo de um sol abrasador pode ser realmente desgastaste, mas foi quando surgiu a oportunidade e não sou de as deixar passar.
Estou fascinado com tudo o que vi até agora. Os meus olhos estão cansados e o cérebro já não é capaz de processar muito mais imagens. Também por isso comprei um livro com imensa informação para depois, com tempo, rever e relembrar tudo o que vi e ouvi da boca da mais empolgante e cativante guia turística que alguma vez conheci - ou de que sequer ouvi falar!
Cruzei-me com a Fee, uma inglesa de 49 anos dos arredores de Liverpool, numa primeira visita guiada às ruínas do Fórum Romano, logo depois de ter visitado o famoso coliseu. Depois de aproximadamente uma hora a caminhar por entre pedaços de história, alguns com mais de dois milhares de anos, a energia daquela ex-professora de química manteve-se inalterada e era de tal forma contagiante que não pensei duas vezes antes de me inscrever para uma segunda visita guiada com ela, desta vez ao Museu do Vaticano e Capela Sestina. Felicity - nome de baptismo desta senhora -, foi a maior prova que alguma vez tive de que o amor pelo que fazemos é sem dúvida o mais importante ingrediente para o sucesso, ou não tivesse ela emigrado para Itália há quatro anos, sozinha, à procura de satisfazer o seu maior desejo de viver perto deste colosso de história.
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