Eternamente marcado no corpo... v2.0!
Chegou a altura de revisitar um tema sobre o qual já escrevi aqui.
Há cerca de meio ano fiz a minha primeira tatuagem. Na altura escrevi sobre o assunto num post onde expunha um pouco daquilo que é a história desta tradição de pintar o corpo de forma permanente e a minha opinião pessoal (ver aqui).
Esta semana estou em Portugal. Vim ao baptizado da minha primeira afilhada e aproveitar para visitar família e amigos. E como não podia deixar de ser, há coisas que vão-se tornando hábito: como comer sushi, ir a Viana do Castelo,... e fazer tatuagens! eheh
Ontem fiz a minha segunda tatuagem e mais uma vez trata-se de algo com muito significado para mim e que foi bastante pensado.
Trata-se de uma espécie de planta que nasce das minhas veias e cujas folhas desenham no meu pulso parte da minha origem: um 28.
Quem me conhece pessoalmente deve muito provavelmente já ter ouvido a minha história sobre o 28, mas para quem não a conhece, passo a contar...
O meu avô paterno é um senhor muito respeitado e admirado aqui na minha terra. Toda a gente conhece o Sr. Bessa ou o "vint'oito", como grande parte das pessoas o chama. O meu pai - bem como os seus irmãos - herdaram a alcunha. Também eu e os meus primos fomos sempre conhecidos pelos "vint'oiticos" em pequenos. Hoje, se tiver de me apresentar a alguém aqui da região, a probabilidade de saberem de quem sou filho apenas pela aparencia é por si já elevada (não nego a raça dos "vint'oito"!) e o curioso é que muitas vezes ouvi a pergunta: "és dos vint'oito, não és?"...
E perguntam-se vocês, mas porquê 28?! A história até é engraçada... Pelo que o meu avô me contou - e não tenho como atestar a veracidade dos factos! - ele terá tido 28 namoradas no total... tendo a minha avó sido a 28ª. Pelos vistos os amigos começaram a tratá-lo por 28 por causa disso mesmo. O meu avô teve 3 irmãos mais novos, que por consequência herdaram as alcunhas 27, 26 e 25, por ordem decrescente de idades. Ainda hoje também conheço o meu tio-avô Horácio como o 27 e o 26 que vivia perto de minha casa faleceu recentemente. O 25 não me lembro de ter conhecido... sempre viveu mais afastado.
Portanto, como vêem, está-me literalmente nas veias aquilo que apenas ontem trouxe cá para fora: à flor da pele. É apenas uma homenagem à minha família e ao meu avô, que estará sempre comigo.
Ainda não lhe mostrei a tatuagem, mas espero que ele não me dê um sermão muito grande.... =D acho que pelo menos devia cortar a barba, para amenizar este aspecto de "marginal"... lol
Já agora, deixo-vos uma imagem que me apareceu hoje no Facebook e que espero que vos faça reflectir um pouco se são daquelas pessoas que ainda olham um pouco de lado para as tatuagens ou para as pessoas que as têm.
Para finalizar, quero deixar uma outra questão para quem quiser reflectir um pouco mais: se tenho de aprender a viver com as marcas do acne, com as cicatrizes das quedas, com a infinidade de sinais de pele que tenho e com todos os outros defeitos ou particularidades que possa ter e que não sejam do meu total agrado, porque não poderia eu viver com algo marcado no corpo que me diz tanto? Não são as minhas roupas ou as minhas tatuagens, ou até as minhas cicatrizes ou defeitos físicos, que fazem de mim quem sou. São parte de mim, mas eu sou muito mais do que isso! ;)
Até logo.
Comentários
ass: Sara 28 :P