O que dizemos e o que os outros ouvem... e tudo o que vai pelo meio!
Desde sempre, nos meus já 22 anos de vida, enfrentei problemas de mal interpretação. Isto é, disse algo que me soou de determinada forma entre as minhas duas orelhas, mas a forma como chegou ao outro lado pareceu, no fim de contas, totalmente distorcida daquela que pretendia ser a sua forma original.
Deve ser um problema meu. Já pensei nisso diversas vezes.
Mas assim como muitos fumadores não deixam de fumar apesar do mal declarado que isso lhes faz à saúde - e à daqueles que os rodeiam - e à carteira, também eu nunca vi necessidade de tentar mudar a minha forma de ser para tentar melhor chegar aqueles que me ouvem ou lêem.
Não acredito que esteja a ser arrogante por recusar mudar-me, embora tenha plena consciência que haverá quem me interprete como tal. :)
A única razão que me leva a crer que seria um desperdício de forças e de tempo arriscar mudar a minha natural forma de ser é que não acredito honestamente que algum dia o conseguisse. Está-me nos genes! Tenho o coração ao pé da boca... digo o que penso e o que sinto, às vezes - porém - sem medir cuidadosamente as palavras. Já levei estaladas de vento - que doem muitas vezes mais que as dadas por cinco dedos que nos ficam marcados no rosto - por ter dito mais do que os outros estavam preparados para ouvir. E quando me refiro aos outros estarem preparados para ouvir, não quero com isto dizer que nesses momentos eu era o dono da verdade e que simplesmente eles não estavam em condições de a receber! Quero apenas dizer que nem sempre estamos receptivos às opiniões ou ideias dos outros, sejam elas correctas ou não, verdades ou mentiras, justas ou insolentes.
A natureza humana é mesmo assim... ditada por um qualquer código misterioso que nos molda desde o interior ao mais subtil traço do nosso carácter - ou será ele moldado por outra coisa qualquer totalmente independente do corpo material? Assunto para outras conversas..... ;)
Assim, não pretendo mudar a minha forma de ser. Herdei-a da minha mãe! Ganho nós na garganta sempre que guardo para mim algo que sinto uma extrema necessidade de dizer... Mas quem me conhece sabe que sou assim. E não sou mal educado por dizer o que penso, sou honesto e frontal.
Indelicadeza, insolência e arrogância são características que não me dizem nada e quem me conhece sabe que nada têm a ver comigo. E boa educação, felizmente, nunca me faltou!
Porém, e isto sim infelizmente, nem toda a gente está disposta a aceitar que outros poderão ter opiniões distintas, visões diferentes em relação aos mais variados assuntos, e que por isso mesmo é saudável discutir, partilhar, desenvolver... Sem com isso implicar ferir susceptibilidades ou ofender.
A maior diferença entre ser honesto e respeitador e ser indelicado e ofensivo - bem como aquilo que os pode tornar perigosamente próximos - está na voz do leitor: na sua interpretação.
Até logo.
Comentários
Ainda assim é de longe o melhor que temos e que alguma vez teremos. :)
Diverte-te aí por Billund, que esta terra aqui está visto que não muito para nos dar. ;)